Cabeça de Cuia e seu legado

O Brasil é um enorme país, por esse motivo há uma grande pluralidade cultural em nossa nação, aliás isso inclui temas como o próprio folclore. Ademais, uma vez que apresentamos questões nordestinas, que tal falarmos a respeito de uma lenda bastante conhecida nos arredores da área denominada "Meio-Norte"?

Caso você seja piauiense ou já tenha passado por este estado, é provável que já ouviu sobre a lenda do "Cabeça de Cuia". Todavia se nunca escutou, não se preocupe, caro amigo carnaubista, contarei a você sobre este conto - cujo mistério existe até hoje devido a supostas aparições da "criatura".

O ocorrido se situa nas proximidades da Bacia do Rio Parnaíba, com um jovem chamado Crispim, há variações que afirmam uma influência do seu pai, no qual este haveria sido "puxado para o mar" por uma fera que o jovem havia visto, mas a mais difundida contém apenas Crispim e sua mãe como protagonistas.

No período da lenda, o rio sofria com a escassez de alimentos e como o jovem era filho único, seria ele quem deveria buscar alimento. Um dia, Crispim saiu para pescar, mas não obteve sequer um peixe qualquer, voltando assim com mãos vazias e muita fome.

Ao chegar em casa, ele falou para sua mãe que não havia pescado nada, por isso ela começa a preparar uma sopa, e nela seria adicionada um osso de boi, entregando logo ao seu filho em uma cuia.

Crispim ao ver a refeição, começou a ficar bravo, dizendo que isto ele jamais comeria, logo, o jovem arremessa o osso - contido na sopa - em direção à cabeça da senhora, provocando rapidamente sua morte.

Todavia, ela consegue ainda pregar uma maldição no jovem, ao afirmar que ele teria sua forma física alterada - sua cabeça cresceria e seus braços se tornariam longos - e começaria a vagar pelas proximidades do Rio Parnaíba e região. Porém, ela concede a ele uma chance : caso ele devorasse 7 mulheres com o nome "Maria", o feitiço seria quebrado e assim Crispim voltaria como um humano.

Rapidamente Crispim começa a se transformar na fera que sua mãe havia dito e assim adentra no rio em busca de suas presas. Dias depois a comunidade ribeirinha começa a relatar casos sobre a criatura que eles denominam "Cabeça de Cuia", cujos relatos são a de destruição de embarcações e o desaparecimento de pescadores, tornando-o dessa forma em um dos seres folclóricos mais conhecidos pela região.

O seu legado

A lenda se popularizou bastante por todo o norte do Piauí, por esse motivo o ser misterioso manteve-se imortalizado via literatura, esculturas - como o Monumento Cabeça de Cuia, apresentado ao lado - e inclusive em jogos, como o conhecido game The Last NightMary que relata o ocorrido de uma maneira mais imersiva, colocando o jogador como uma das "presas" - a última Maria a ser devorada - da fera.

Por intermédio desta lenda, reconhece-se que ela se mantém viva na cultura popular piauiense devido a sua manutenção e adaptação aos diversificados meios de comunicação, servindo dessa forma como um exemplo a ser seguido por toda a cultura nordestina.