Rui Barbosa - a Águia de Haia

 

A educação é vital para a formação de um cidadão, além de promover conhecimento é capaz de abrir oportunidades para o erudito. Ademais, se há uma pessoa que dedicou toda a sua vida para a educação, este é Rui Barbosa, um grandioso nordestino que se tornou advogado, escritor, político e inclusive diplomata.

Nascido na Bahia, no dia 5 de novembro de 1849, Rui demonstrou desde cedo ser uma criança bem erudita - aliás, há boatos que ele sabia conjugar verbos aos 5 anos de idade - e foi instruído a valorizar a leitura, a ponto de sempre ter sido classificado como um ótimo aluno, até que em 1864, Barbosa encerra seu ensino regular e posteriormente é ingressado na Faculdade de Direito em Recife, Pernambuco.

De lá, Rui Barbosa se transfere para São Paulo, na faculdade, ele conhece o futuro presidente Afonso Pena e Joaquim Nabuco, na faculdade, ideias abolicionistas florescem em sua mente, tornando-se assim, um grande militante a favor do fim da escravidão - deve ressaltar que o momento vivenciado ocorre durante o regime monárquico. Em 1870, ele encerra seus estudos e retorna à Bahia, lá ele começa a trabalhar no jornal conhecido como Diário da Bahia, em 1873 assume a direção do jornal, quatro anos depois é eleito deputado à Assembleia da Bahia. Neste período ele afirma com maior veemência a abolição da escravidão, ocorrendo assim em 1888, quando ele já era Deputado à Assembleia da Corte.

Durante sua fase política, Rui começa a apoiar o federalismo, a ponto de rejeitar uma cadeira do Gabinete Ouro Preto - por não estarem de acordo à suas ideias - em 1889, neste mesmo ano, ao ocorrer a Proclamação da República - ou Golpe, para alguns - Barbosa é prontamente nomeado como Ministro da Fazenda no então governo do presidente Deodoro da Fonseca.

Momento Repúblicano

Durante seu período no governo, foram realizado atos marcantes tais como a elaboração da Constituição de 1891 e por impedir a idenização dos antigos proprietários de escravos ao queimar arquivos a respeito da escravidão - embora muitos afirmem que Rui Barbosa haveria queimado para "apagar a história da escravidão", o que seria impossível de realizar - e por ter promovido a Crise do Encilhamento, momento no qual promoveu uma forte crise econômica brasileira.

Durante o governo do segundo presidente da denominada "República da Espada", o conhecido marechal alagoano Floriano Peixoto se apresentou como um líder autoritário e contrário às ideias de Rui Barbosa, que por sua vez, também discordava dos seus pensamentos. Todavia, durante a "Segunda Revolta da Armada", foram criados rumores que o então político seria um dos mentores que iria depor Floriano, por isso Rui é exilado na Inglaterra, retornando somente em 1895, durante o governo do presidente Prudente de Morais.

Em 1897, durante a Guerra de Canudos, ele adota uma postura pacifista, a favor de uma paz. Paralelamente, Rui Barbosa funda ao lado de outros membros a Academia Brasileira de Letras. 10 anos depois é convidado como diplomata para representar o Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz em 1907, devido à sua participação marcante, ele passa a ser reconhecido internacionalmente como a "Águia de Haia", em 1908 até 1919, é eleito como presidente da ABL.

Durante as eleições, Rui nunca havia se candidatado oficialmente, porém sempre houve votos a favor de seu nome, mas em 1910 ele se candidata como rival de Hermes da Fonseca, todavia ele é derrotado e somente em 1919 que Barbosa retorna a campanha política, mas dessa vez perde para Epitácio Pessoa, no ínterim das duas eleições, Rui Barbosa ocupa o cargo da presidência do Instituto dos Advogados Brasileiros.

Em 1923, Rui Barbosa - com sua saúde debilitada - morre em Petrópolis aos 74 anos de idade, deixando assim um enorme legado devido à importância da educação - uma vez que sem ela, não haveria chegado à atos tão grandiosos e inclusive ter fundado a própria Academia Brasileira de Letras.