quarta-feira, 3 de novembro de 2021

O mistério da Pedra de Ingá



Hoje, 3 de Novembro, a cidade do Ingá completa seus 181 anos, por esse motivo não poderíamos esquecer do município paraibano detentor de um mistério que perdura por séculos - quiçá milênios. "Mas qual mistério é esse?" - Talvez esteja se perguntando - bom, é sobre a Grande Pedra do Ingá, que até hoje é investigada por pesquisadores e possui diversas hipóteses a respeito de sua criação.

A Pedra do Ingá localiza-se a 100km da capital João Pessoa no município de Ingá, foi tombado em 1944 pelo IPHAN como Patrimônio Nacional - o primeiro sítio arqueológico pré-histórico brasileiro tombado - consequentemente se tornando um ponto turístico marcante na cidade, a ponto de atrair historiadores e cientistas de outros países - embora não seja reconhecido no próprio território brasileiro. A pedra apresenta 400 gravuras das quais não há um consenso sobre seu significado, formando assim várias teorias.

Hipóteses das criações

Há várias suposições a respeito de seu surgimento, dessas as mais citadas são: "A Lenda da Mulher do Pote de Ouro"; "A Chegada de Portugueses"; "alienígenas" e a mais aceita pelos pesquisadores, que é a "Indígena".

A primeira teoria advém de uma lenda local cuja afirmação é a de que havia uma mulher que morava na região e carregava um grande pote de ouro, quem quer que fosse buscar tal tesouro seria transformado em pedra nos arredores do paredão.

Já a segunda conta que portugueses - no início da colonização - haviam trazido um enorme baú de tesouros - para os arredores onde hoje é a cidade - e teriam escondido justamente onde está a Pedra de Ingá, por este motivo haveriam várias "vandalismos" na rocha, que seriam formadas enquanto pessoas procuravam pelo tesouro.

Inclusive, há uma terceira hipótese, no qual os alienígenas seriam os criadores dos registros, que aliás, representariam expressões matemáticas complexas e previsões - uma vez que são identificados símbolos como a Lua e o Sol. Todavia, essa teoria, por ser considerada por muitos como sensacionalista, não é levada a sério - embora seja bastante difundida. Por esse motivo, foram investigados suas origens e chegaram a uma conclusão aceita por muitos pesquisadores.


A suposição mais aprovada é a que indígenas criaram tais gravuras há muito tempo - aproximadamente 6000 anos - e que estas significariam como obter água dos arredores - deve ressaltar que a Pedra se localiza próximo ao rio Bacamarte - além de funcionar como um calendário, por apresentar as fases da Lua, a conhecida constelação de Órion e até o que aparentam ser até dois cometas.

"Mas como foram registrados?"

Segundo estudos, a rocha é classificada como "gnaisse" , o que significa que é fácil cortar e formar as inscrições rupestres, e estas sendo formadas com a ajuda de seixos - pedras menores - consequentemente jogando água nos locais rasurados para deixá-los profundos, criando assim formas nítidas como espirais e círculos.

Uma questão de reconhecimento

Apesar de haver uma grande importância tanto histórica como científica, não é desenvolvido um sistema de divulgação para que o país em si reconheça seu valor, no qual consequentemente torna-se uma região muito desconhecida, afetando assim o turismo e a economia local.

O local apresenta infinitas riquezas ao apresentar registros do que é considerado "Arqueoastronomia", que prova mais uma vez que os povos nativos já apresentavam um conhecimento avançado em relação aos céus, retirando assim o estereótipo de "pessoas selvagens".

É necessário então que o governo invista mais no turismo e inclusive na própria educação, uma vez que a população se conscientizaria a respeito do valor da Pedra do Ingá e o "guardaria" para as próximas gerações que poderiam descobrir a verdadeira origem da grandiosa pedra nordestina.

Além do mais, parabenizo a cidade de Ingá pelos seus 181 anos comemorados e por ser a guardiã de tamanha obra pré-histórica, meus parabéns!!!



Um comentário:

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